quinta-feira, 23 de julho de 2009

As raposas manhosas sempre apanham frangos desprevenidos


Há uns anos atrás, quando eu tinha uma empresa, mudei de contabilista porque este insistia a que a minha microempresa se endividasse junto da Banca. O propósito seria a empresa ter tesouraria para poder fazer mais trabalhos. Eu pensava para comigo mesmo, que não fazia sentido eu contrair uma divida sem ter trabalho concreto. A insistência e pressão por parte do contabilista era tão grande que acabei por substitui-lo. Mais tarde vim a saber que haveria comissões por parte do Banco para o contabilista sobre os empréstimos que eu contraisse.

Passado anos, outras pessoas vieram ter comigo, com o discurso de que junta-te a nós que nós temos trabalho para a tua microempresa e vais crescer graças ao nosso trabalho. Vais facturar milhões. Os Bancos disponibilizam dinheiro... Passado tempo, por não ter seguido o raciocinio da primeira situação entrei num estado desastroso. As promessas feitas simplesmente não foram cumpridas.

Ao ouvir as promessas do Estado com as concessões de empréstimos para as empresas e todo o alarido feito em que as empresas iam salvar-se se contraissem dividas (numa época de falta de vendas vão-se contrair dividas? e a que taxas de juro?). Resultado , há dias saiu relatório em que diz que a situação do crédito mal parado por parte das empresas aumentou de forma exponencial recentemente.
Não é preciso ser economista para perceber que contrair dividas numa altura em que não há trabalho significa matar a empresa.
Eu vivi essa situação, o trabalho prometido não veio, nunca veio. Para as empresas que contraem estas dividas, promessas, simplesmente se afundam porque não têm encomendas...
Estamos numa situação desastrosa.

Que fazer? Ser realista e nunca acreditar naqueles que dizem: vai facturar milhões (quão ilusório é o dinheiro); contraia dividas e tudo se resolve; não tem mercado contraia uma divida para arranjar novos mercados...
Que importa esta correria louca atrás do dinheiro? Nada, não vale nada. «Nada te turbe, nada te espante, tudo passa» Teresa d'Ávila (séc. XVI).

ALEGORIA:
Quem pode acreditar que, quando nos apresentam um cesto de maçãs, onde as que estão por cima, visíveis, estão podres, as que estão por baixo, que não podemos ver, estão boas e sãs?
Ou ao contrário, que um cesto de maçãs, as de cima estão boas e as baixo estão podres. A quem nunca aconteceu isso? Comprar bonito por cima e podre por baixo!!

As raposas manhosas apanham sempre frangos desprevenidos.

Sem comentários:

Enviar um comentário